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Crítica

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No “Espelho de Elizabeth”, as dualidades de Priscilla Vezzit Ferreira

Por Marisa Melo

 

Todo espelho é mágico. Porque nos sugere dois mundos. O que nós habitamos, com seus desafios e limitações, e um outro, misterioso, que nos leva com Alice, para mundos de maravilhas. O espelho nos mostra além do que escolhemos enxergar.

E como o retrato de Dorian Gray, denuncia o que queremos esconder: a passagem do tempo, nossas rugas e nossos segredos. Nossos disfarces e nossos pecados.

A obra “O Espelho de Elizabeth”, da artista visual Priscilla Vezzit Ferreira, é uma composição extremamente elaborada, repleta de sugestões e significados. Para iniciar nosso mergulho é fundamental capturar o aspecto dual da obra. A começar pelo próprio espelho, que, desde Afrodite, simboliza a vaidade. O aspecto terreno, a valorização do efêmero, da aparência. Ao mesmo tempo, refletindo a luz, o espelho também representa sabedoria e consciência espiritual.

 

Priscilla usa as cores para delimitar significados. Na metade superior prevalecem o preto e o dourado. Preto que representa poder, mas também mistério e sofisticação. O dourado, símbolo máximo da riqueza material, mas que também está conectado à noção de divindade, das Pirâmides aos altares.

Os arabescos trazem formas sensuais, voluptuosas, mas aí reside outro contraste, porque a origem deles, na representação de formas da natureza, tem raízes profundas na arte religiosa.

 

Na metade inferior, o vermelho impera, trazendo com ele um mundo de amor e sedução, de sangue e fogo, ainda que suavizado na feminilidade de flores, lábios, cabelos e unhas. O jaguar acompanha de perto essa linha, como símbolo de força e violência mas, ao mesmo tempo, de sintonia e clarividência, com as pedras preciosas que completam o quadro da vaidade mas também trazem suas vibrações de cura e purificação.

 

A imagem de Priscilla Vezzit nos traz o perfume de Dolce&Gabbana. Num casamento de sentidos que já uniu Versace a Elton John. Uma imagem de sonho e elegância, com uma mensagem forte para o observador. Como o quadro, cada um de nós tem seu lado Yin e seu lado Yang. O físico coexistindo com o espiritual.

Um convite à conciliação, com o corpo físico superando a simples vaidade, e se valorizando como instrumento de ação.

Para construir um mundo mais elevado, mais consciente e mais humano.

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